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Concluiu ensino médio aos 26 anos e se torna Defensor Público aos 37


A emoção toma conta de Pablo Kraft, 37 anos, ao contar como foi a jornada para se tornar defensor público do Distrito Federal.


Ele passou momentos difíceis e por diversas situações de preconceito por terminar o ensino médio com 26 anos e estagiar – já no curso de direito – com 30, para então alcançar o sonhado cargo de defensor público do DF, ao qual foi empossado em janeiro deste ano.


Criado pela avó até a adolescência, o jovem continuou descompromissado por alguns anos mesmo depois de ir morar com a mãe. Não tinha interesse algum pelos estudos, muito menos vontade de trabalhar. Na época, praticava jiu-jitsu e aproveitava uma “vida boêmia”. Com incentivo da mãe terminou o ensino médio e começou a cursar Direito. Hoje, ele reconhece o valor dos estudos e, principalmente, da dedicação na vida das pessoas.


“Tem um defensor público que foi fundamental para mim e me motivou: André Praxedes, do Núcleo de Brasília. Ele foi meu professor de Direito Penal no segundo semestre da faculdade. Ele contava o papel do defensor, a função de agente de transformação social, de ser a voz de quem não tem voz. Aquilo foi o embrião da minha simpatia e apreço pela Defensoria”, relembra Kraft.


Sete anos atrás, o então estagiário encontrou várias pessoas que o apoiaram e mostraram que nunca é tarde para quem quer mudar de vida. Mas lá, também foi alvo de preconceito por um servidor que fazia piadas que para Pablo não tinham a menor graça. “Ele dizia que eu precisava ter tomado vergonha na cara, e que só assim eu não seria estagiário aos 30 anos de idade”, lembra. “Ele dizia: olha aí, não estudou na hora certa, agora é estagiário”.


Pablo ouviu também, de um membro da família da esposa, que ele nunca seria capaz de passar em concurso público por ter terminado o ensino médio em supletivo. Mas o episódio mais impactante para ele foi quando o filho, com quatro anos na época, pediu um iogurte e ele teve que negar por não ter dinheiro. “Foi um dos piores dias da minha vida.


O meu filho e minha esposa foram as maiores motivações para superar essa fase de dificuldade financeira e lutar pelo objetivo de ocupar um cargo público e servir a população”.


O agora defensor, compensou toda a bagagem de desinteresse com os estudos lendo bastante, fazendo cursos e estudando muito. “Aquilo ficou na minha cabeça e eu catalisei esses acontecimentos e usei como combustível diário para superar as dificuldades”.


Um fator decisivo na carreira e na vida pessoal de Kraft foi o primeiro emprego público que ocupou, entre 2010 e 2012. Era agente administrativo da Defensoria Pública da União (DPU), que apesar de cuidar de assuntos diferentes e não ter vínculo com as Defensorias de estado, tem uma missão social semelhante: oferecer assistência jurídica gratuita e de qualidade aos cidadãos mais necessitados.


“Lá eu me deparei com o universo da Defensoria. Eu fazia carga de processos, buscava e distribuía para os defensores. O que fez eu me envolver foi ver a vontade deles em ajudar a população carente. Eu acompanhava o sofrimento da população de perto e isso me comovia”, explicou.


Além disso, a mãe de Pablo, que era empresária, passou por uma grave crise financeira o que acarretou em depressão e uma doença no fígado. Somado a isso, durante o período em que ele trabalhou na DPU, o auxílio-doença da mãe foi cortado, com a alegação de que ela estaria apta a voltar ao trabalho.


E foi justamente o local de trabalho de Kraft que conseguiu reverter essa situação. O auxílio foi restabelecido e, posteriormente, a aposentadoria da mãe foi liberada. Nesse momento, a admiração começou a se transformar em gratidão.


O acontecimento mais marcante que envolve a Defensoria Pública do DF também foi vivido com a mãe. Em 2013, ela necessitou de um leito em Unidade de Terapia Intensiva (UTI). “Foi a Defensoria Pública do DF que nos socorreu. Em menos de 48 horas depois que eu fui à Defensoria minha mãe já estava internada. Foi nesse ponto que eu me apaixonei mais pela instituição”, lembra com lágrimas nos olhos.


Aqui é importante destacar que todo o trâmite para conseguir o leito de UTI para a mãe, ocorreu entre a primeira e a segunda fase do concurso que o tornou defensor – período de aproximadamente dois meses. Ele não se preparou para a segunda fase como queria porque visitava a mãe todos os dias na UTI.


“Fiquei sem estrutura psicológica para focar nos estudos”. A mãe do defensor chegou a voltar para a internação normal, mas faleceu cerca de dez dias antes da segunda prova do filho e não pôde vê-lo passar nas outras fases. Porém, todo o esforço para que Pablo vencesse valeu a pena.


Agora, defensor público, atua no Núcleo de Assistência Jurídica de Santa Maria, trabalha com o que gosta, coleciona amigos pessoais que já foram chefes e diz querer crescer na instituição, mas não se vê em outro órgão. “A Defensoria foi o lugar que eu escolhi e pretendo ficar até o fim da minha carreira”, afirma.


Fonte: Defensoria Pública do Distrito Federal (http://www.defensoria.df.gov.br/?p=26490)


Vladimir R. A. Pereira

Direito e o Mundo


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