Jovialidade e Humanidade em 93 anos

Essa não é minha avó, não é minha parente, nunca a vi antes a não ser hoje. Essa? Dona Leo.

Nunca imaginei que meu trabalho pudesse me proporcionar uma alegria tão plena como a que tive na tarde de hoje.

Uma jovem senhora de 93 anos, de uma forma totalmente despretensiosa e ao mesmo tempo autêntica, carinhosamente me deu uma aula de vigor e jovialidade, de humildade e sobretudo humanidade.

Declarou com maestria seu prazer pela vida e seu amor pelo próximo. A veracidade de cada palavra que saia de sua boca era nítida no seu olhar.

Com uma memória literalmente intacta lembrou de fatos marcantes do país, a começar pela Revolução de 1932 aqui em São Paulo.

Durante a conversa disse a ela que não precisava me chamar de "senhor", eu que tinha que chamá-la de "senhora" e, mesmo assim ela insistiu, dizendo: "precisa sim, o senhor está trabalhando e também deve ser respeitado".

Esse foi o momento no qual, emocionado, me dei conta que independente de quem quer seja, eu preciso respeitar mais, compreender mais, perdoar mais e, tantos outros mais.

E o mais surpreendente foi o final da conversa. Quando questionada por mim qual seria o segredo para uma longevidade tão encantadora e íntegra, sem hesitar ela colocou as mãos sobre seus cabelos brancos e disse: "Deus na cabeça e trabalho, trabalho".

Nessa hora fui inevitavelmente instigado a ter mais Deus na minha cabeça e, visivelmente percebi que só Ele pode nos transformar em pessoas melhores a cada manhã (Romanos 12:1 e 2).

Dona Leo, obrigado mais uma vez.

Direito e o Mundo

Vladimir R. A. Pereira

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